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“Tenho vergonha de mostrar o meu corpo”
“Tenho 26 anos e sou muito envergonhada e timida, namoro há 2 anos, mas tenho sempre vergonha de mostrar o meu corpo ao meu namorado. Só fazemos amor no escuro, ou de luz apagada. Ele detesta esta situação, mas eu não sei como ultrapassar isto."
I.U. – Ponte de Lima
Cara leitora
infelizmente a questão que levanta é bastante mais frequente do que seria desejável. De facto, muitas mulheres sentem-se de tal forma inseguras com o seu próprio corpo que acabam por afetar não só as suas interações sociais, em geral, como os momentos íntimos, com os companheiros, em particular.
Para que possa sentir-se mais confiante com o seu corpo é importante que identifique as zonas que lhe causam esse desconforto. Relaxe e deixe as coisas acontecerem mais calmamente. Será também importante que, numa conversa sincera com o seu namorado, lhe pergunte o que ele mais gosta em si, e/ou o que faz ou diz, e que o excita.
Se a leitora souber o que excita o seu namorado poderá fazer uso disso durante a atividade sexual. Procure ainda incluir alguma luminosidade, nos seus momentos íntimos, recorrendo a alguns jogos de luzes. Por exemplo, comece por colocar uma vela num canto do quarto e com o avançar do tempo e da sua confiança, aproxime a vela da mesa-de-cabeceira ou aumente o número de velas acesas. Se preferir poderá trocar as velas pela abertura da porta do quarto com a presença de uma luz exterior, ou abrir os estores aos poucos. O limite é a imaginação e respeito mútuo.
Mais que tudo o que possa ser dito é importante que seja honesta consigo própria e que aceite que o seu namorado está consigo porque gosta de si. Se as dificuldades persistirem pondere procurar ajuda de um terapeuta sexual. Se não conseguir relaxar quando está com o seu namorado, dificilmente conseguirá que o sexo seja tão satisfatório quanto deseja.
Boa tarde
sou a Maria e tenho 20 anos tenho namorado há dois anos e praticamos a nossa vida sexual há mais de um ano.
Infelizmente nunca tive qualquer tipo de prazer sexual. Sinto vontade de fazer e de estar com ele mas nunca ate hoje aconteceu algo. As vezes sinto que tenho algum problema.. porque não é normal.
Na penetração inicialmente ainda sentia qualquer coisinha mas agora não sinto nada mesmo nada...sinto que a minha relação com ele está a cair aos poucos porque por vezes a vontade de estar com ele e lhe beijar não é a mesma sei que a culpa não é dele mas sim minha sou jovem e quero poder ter uma vida sexual normal.
Mas no entanto tenho me masturbado sozinha pois é a única forma de sentir algo mais ou menos bom.. quando faço com o meu namorado as vezes finjo gemidos mas ele sabe como me sinto em relação a tudo isto.
Quando existe sexo oral também sinto alguma coisinha boa mas de resto nada.
Peço por favor que me ajude a salvar esta relação e que também me ajude a sentir prazer pois já não sei o que fazer! Aguardo pela resposta continuação de uma boa tarde
Cara leitora
existem múltiplas razões para a ausência de orgasmo na mulher. Em primeiro lugar é importante saber como, e de que forma, gosta de ser estimulada.
Cada mulher tem uma forma própria para alcançar o orgasmo. Muitas não conseguem ter orgasmo porque nunca exploraram o seu próprio corpo, logo, também não sabem o que pedir ao parceiro para terem mais prazer.
O trabalho na percepção do corpo e a revisão de valores e crenças relacionadas à sexualidade tendem a ajudar neste tipo de dificuldades. Como ninguém nasce ensinado, deverá primeiro descobrir por si própria como ter mais prazer, por exemplo, através da auto-masturbação. Aprenda como gosta de ser tocada e que fantasias a ajudam a ter orgasmo, para depois comunicar ao parceiro.
Estar a fingir o orgasmo só irá criar um cenário ilusório e empobrecido da vossa sexualidade. Esse fingimento transmite uma falsa mensagem de que o que aconteceu foi suficiente para atingir o clímax sexual levando a que o seu parceiro pense que lhe proporciona prazer dessa forma e tenderá a repetir o mesmo padrão sexual.
O melhor caminho é dizer a verdade! Uma vez que a leitora consegue ter prazer, quando está sozinha, é sinal que sabe o tipo de estimulação que a excita mais, procure adotar esse tipo de toque aos momentos em que está com o seu namorado e, aos poucos, vá dizendo como ele pode fazer para que consiga ser ele a dar-lhe prazer!
Encare o orgasmo como uma conquista e não uma obrigação a ser alcançada a todo custo. O processo de aprendizagem visando a obtenção de orgasmo também pode ser bastante gratificante e prazeroso.
“Boa noite. Tenho pesquisado sobre o meu problema na net desde à uns dias e encontrei o seu blog, talvez me pudesse esclarecer ou responder. Agradecia muito que me pudesse ajudar, pois tenho passado muito mal comigo mesmo ultimamente.
Sou um rapaz, 18 anos. Quando era criança (7/8) numa brincadeira parva de criança tive experiências homossexuais, claro que nada de muito sério devido a minha idade na altura, com um colega meu, não sei ainda por que razão (certamente não foi por desejo sexual pois era ainda muito criança), talvez tenha sido só uma brincadeira ou um desafio estúpido que fazemos na inocência da infância. Andava num colégio só de rapazes, mal sabia o que era a homossexualidade, e tudo o que sabia de sexo tinha visto em filmes, televisão, nesses meios acessíveis a todas as idades. De qualquer forma cheguei em pouco tempo a conclusão que o que tinha feito era homossexual. Senti me arrependido e não me contive e tive de desabafar com os meus pais sobre o sucedido. Chorei muito nesse dia, de vergonha, de nojo, enfim, só sei que esse episódio certamente teve influencia na pessoa que sou hoje pela negativa. Os meus pais pareceram aceitar bem o que fiz, dizendo que estavam contentes até por saber que eu não tinha gostado de o fazer.
No entanto, com o passar dos anos sempre vivi bem com isso, ou melhor, sempre ignorei esse acontecimento. Nunca me considerei homossexual, e já tive 2 namoradas. Não sou propriamente muito dotado para arranjar raparigas, mas conheço muitos amigos que sofrem desse problema também.
O meu problema é que quando começei a ver pornografia na minha puberdade (14/15 anos talvez) eu sempre assiti a pornografia heterossexual, ou homossexual feminina. Mas com o passar do tempo acabei por ver algumas vezes pornografia bissexual ou mesmo com travestis (mas com aspecto feminino) e não senti repúdio ao ver.
A minha angústia começou a uns dias quando me veio à cabeça que se calhar eu não sou heterossexual, devido a estes 2 assuntos que referi em cima. Isso para mim é um golpe muito duro, pode parecer parvo, mas é algo que me envergonha e muito. Sempre tive as típicas conversas de rapazes com os meus amigos a gozar com a homossexualidade. Hoje sinto me um hipócrita. O meu problema não é ter gozado com os homossexuais, o meu problema é eu gostar de ver pornografias relacionadas com a homossexualidade, ou mesmo ter experimentado em criança, apesar de não ter tido prazer nenhum em fazê-lo.
Esse problema de criança que lhe falei anteriormente já praticamente o esqueci. Li sobre o assunto e até vi que acontece a muita gente e que não implica que essas pessoas sejam homossexuais, apenas é uma inconsciência que uma criança faz. Porém gostaria de saber a sua opinião sobre isto.
Em relação ao outro da pornografia. Concluo dizendo que eu ja vi praticamente toda a pornografia que há para ver, dentro dos limites do bom censo como é obvio, e é mais aqui que reside o meu problema. Mas o estranho é que em nenhum momento da minha vida me senti homossexual, nunca olhei para um homem da mesma forma que olho para uma rapariga. Nunca me senti atraído por um homem. Porém, quando estou mais excitado, fico praticamente receptivo a todo o tipo de pornografia. Mas dúvido que gostasse de experienciar um ato homossexual ou com um travesti.
Finalizo dizendo que eu não quero ser homossexual de todo, quero ser 100% heterossexual, e não ser 100% heterossexual deixa-me envergonhado comigo mesmo. Já li acerca da escala de Kinsey e gostaria de estar incluido no nivel 0, mas por uma porcaria de uns vídeos acabo por provavelmente não estar. Não tenho dúvidas que a minha preferência são mulheres, e esta situação toda tem sido angustiante para a minha vida
Acha que devia marcar uma consulta? Ou acha apenas que o meu problema reside no facto de ser demasiado viciado em pornografia?”
Caro leitor
tal como refere, de acordo com a escala de Kinsey, e ao contrário do que muitas pessoas pensam, existem muitas variantes na orientação sexual, não se limitando a uma visão dicotómica e redutora de que ou se é Heterossexual ou Homossexual. Além disso, muitas pessoas não se identificam com nenhum destes “rótulos”.
O que é diferente da maioria provoca espanto, sejam elas minorias raciais, sociais, religiosas ou de orientação sexual, porém isso não quer dizer que sejam mais ou menos “normais” que os demais. Pertencer a uma minoria significa ter que enfrentar esse preconceito que, apesar de descabido, ainda existe.
Felizmente, desde 1973, a homossexualidade deixou de ser considerada uma perturbação mental, pela generalidade das associações de médicos e profissionais de saúde.
Muitos rapazes e raparigas, durante a infância, e mesmo adolescência, sentem atracção sexual e chegam mesmo a ter experiências de cariz homossexual, mas não são gays nem lésbicas. Muitos adultos também sentem atracções ou têm experiências do tipo homossexual, sem que se considerem eles próprios gays ou lésbicas.
Considera-se que uma pessoa será exclusivamente homossexual se, perante possibilidade de escolha, apenas se sente atraída e teve comportamentos sexuais, afetivos e amorosos, com pessoas do mesmo sexo ou género. Independentemente de se encontrar, ou não no nível 0, da escala de Kinsey, o mais importante é que o leitor saiba respeitar o seu organismo e as suas vontades, sem se culpabilizar por isso. Só assim conseguirá conhecer-se realmente e escolher sua verdadeira sexualidade, quer seja homo, hetero ou outra coisa qualquer.
Pior que viver a homofobia exterior é ter de lidar com a homofobia internalizada, ou seja, aquela que vem de dentro da própria pessoa. O que acontece na sua intimidade só a si lhe diz respeito! Pondere procurar ajuda para o orientar a lidar e viver com a sua sexualidade de forma mais saudável.
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